quarta-feira, 22 de abril de 2015

Andanças Soteropolitanas


Eu adoro andar, andar nas ruas sem muito compromisso para onde vou. Quantas vezes sai de casa um pouco angustiada e andei sem destino. Logo quando comecei a trabalhar na livraria saia no dia da minha folga para o centro da cidade para andar sem compromisso, gosto de andar no centro. Gosto da gente que frequenta o centro.

Tinha um primo que me mostrou o quanto andar nesta cidade era maravilhoso. Que me fez conhecer os botecos mais simples da Carlos Gomes, numa busca por sopa barata e gostosa. Não tinha medo, ou o medo era amenizado pela companhia dele e pela gratificação de descobrir novos lugares e novos sabores. Não há nada que me tire da lembrança a sopa tomada num balcão do bar antigo. Ou do bar chinês (ou coreano ou qualquer um de origem oriental). Ficaram alguns lugares sem conhecer, ficou a promessa que iriamos um dia... Ele se foi, será que terei aquela coragem de ir, sem ele?!

Hoje ando menos pelas ruas desta cidade. E vejo cada vez menos pessoas andando nas ruas. Quando vim morar em Salvador, fui morar num conjunto habitacional. As pessoas ficavam na frente dos prédios até tarde da noite, jovens, velhos, crianças. Só não ficavam quando chovia. No começo, com o passar dos anos, via cada vez menos pessoas nas ruas. Eu mesma ficava conversando com os amigos da rua(quando eles começaram a existir), com paqueras. Começaram a assaltar na frente dos prédios. No ponto de ônibus em frente ao meu prédio. A rua foi ficando cada vez mais vazia. Deixei de frequentar a frente do prédio. Fomos ficando mais em casa.

Gostava de ir para a faculdade andando. Saia da Federação e ia para o Comercio, andando. Saia da Federação e ia para a Vila Laura, andando. Saia da Federação e ia para o Porto da Barra ver o por do sol e tomar banho de mar a noite, andando.

E quantas vezes conhecia melhor o paquera da vez pelas ruas, seja da faculdade até o ponto para irmos para o trabalho. Ou em qualquer outro lugar: pelo centro da cidade, pela Barra, pela Graça, pela Vitória, Ondina, Pituba, Rio Vermelho...

O Centro Histórico; era o lugar que mais frequentava, ia para todos os shows, ou simplesmente ia ficar de bobeira, com minha amiga e encontrar uns amigos sem nada demais para fazer. Gostava, até o dia que meu namorado e eu fomos assaltados. Passei um bom tempo sem frequentar, voltei recentemente com uma amiga que gosta de andar também...


Andar pelas madrugadas na cidade... Viver essa liberdade que só a noite nos permite ter. Na última sexta-feira sai de um aniversário de uma amiga e fui andando, com mais quatro amigos, até um outro bar. O corpo pulsava pela liberdade da caminhada nas noites soteropolitanas.