O
debate mais importante do livro é a questão do racismo. O tema
passa ser central após a chegada de Ifemelu aos EUA. Nesse momento
ela se depara com a questão da raça, ela passa a ter uma cor, e
dentro da sociedade norte americana essa cor está no degrau mais
baixo. Ela percebe mas não externaliza isso, só nas reuniões com o
grupo de alunos africanos, onde fica claro que há uma distinção no
fato de ser uma negra/o africana/o ou ser um afro-americana/o. Seria
uma hierarquia de negritude? A questão do racismo passa a ser
central principalmente após a criação do blog. Este espaço será
o primeiro onde colocará as impressões sobre a sociedade americana.
Situações que já marcavam o livro anteriormente como no caso de
sua Tia Uju, em que a chegada aos EUA tinha afetado drasticamente a
sua autoestima: médica, gozando de uma boa condição
econômico-financeira, se vê obrigada a deixar a Nigéria após a
morte do amante general. Para a obtenção da licença para trabalhar
como médica passa por um doloroso percurso de rotina
tripla/quadrupla já que tem um filho pequeno e precisa trabalhar
para reproduzir-se materialmente. Essa situação fará Tia Uju se
submeter, baixar a cabeça, tentar se inserir de uma forma a ser
minimamente notada e mesmo assim passará por situações de
discriminações absurdas: como a negativa de pacientes em serem
atendidos por ela, para ficar em apenas um exemplo.
Claro
que o debate se intensifica quando Ifemelu passa a namorar um rapaz
afro-americano e a partilhar do seu universo. Não é que quando
namorava o cara branco ela não percebia o racismo, percebia mas não
encontrava um ambiente propicio de troca de experiências. Isso só
se tornou possível após o blog e o namoro com Blaine.
O
que ficou claro no livro é como o racismo estrutural é muito
parecido no Brasil e EUA, infelizmente. Nossa sociedade é tão
racista quanto a americana e tentamos negar isso o tempo todo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário