Entretanto, a sexualidade feminina e o uso que a mulher faz do seu corpo não teve a liberdade tão reivindicada. Mesmo sabendo que mudanças sociais e morais aconteceram frente às mudanças sociais e econômicas das mulheres, estas não obtiveram o patamar de igualdade ovacionado, principalmente nas questões relativas ao uso da sexualidade, e produziu um outro viés de condutas femininas, ligadas a uma moral feminista, falo de correntes anti-sexo, que estigmatiza a sexualidade feminina tanto quanto o machismo, levando em consideração o modo como vêem o uso do corpo e a exposição da sexualidade. O discurso feminista não acabou por criar outras formas de repressão sexual?
O discurso feminista, em muitos momentos, pode acabar aprisionando a sexualidade tanto quanto o machismo, porque também impõe rígidas regras de conduta para a mulher. Não dançar músicas que tragam nas suas letras forte conotação sexual, que tratem da sexualidade de forma aberta, que fale de sexo com ou sem metáforas. A sexualidade feminina não deve ser exposta em lugares públicos através do rebolado dos quadris. Neste discurso, o comportamento feminino ligado à exploração da beleza ou que remeta a uma “sexualidade” do corpo ou a exibição do mesmo não deve ser valorizado. Todas essas formas de expressão da sexualidade seriam interditadas, pois seria resultado de uma “objetificação” da mulher. A mulher que se sujeitasse a tal comportamento é então muito comumente classificada como “alienada”, “vitimizada”, ou “machista”.