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terça-feira, 28 de junho de 2011

Inquietações – Qual é a pergunta?

Há um três anos atrás terminei a licenciatura em Ciências Sociais e um desejo de continuar na faculdade e fazer pesquisa sobre a sexualidade feminina começou a tornar-se mais forte, não apenas pelas possibilidades que o bacharelado trás na vida profissional de um Cientista Social, mas, sobretudo para responder inquietações que sempre estiveram latentes dentro de mim.

As inquietações giraram em torna da sexualidade feminina e da sua visibilidade. Como assim? Somos seres sexuais mas não podemos demonstrar isso, só podemos representar candura, doçura, fragilidade; emoções – não sexuais.  O que acontece com uma menina/mulher que demonstra sua sexualidade, suas vontades e seus desejos? É imediatamente taxada; ou de Puta ou de Alienada – que se submete totalmente as vontades masculinas.

Por que a visibilidade da sexualidade feminina incomoda as pessoas? Por que fazemos julgamentos baseados na exposição de um corpo feminino ou de uma forma de dançar? Por que as mulheres não podem gostar de exibir o remelexo do corpo? Por que a visibilidade da sexualidade é encarada de forma negativa?

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Parte do Projeto de Monografia

Com a revolução sexual algumas mudanças aconteceram. As mulheres queimaram os sutiens e se disseram livres do julgamento machista, discursaram contra a sociedade falocrática e, conseqüentemente, contra a submissão feminina. Conquistaram voz política; com a difusão da pílula anticoncepcional possibilitou uma liberalidade nas condutas sexuais, desvinculou a figura feminina dos papéis exclusivos de mães e esposas. As mulheres saíram de casa e foram para o mercado de trabalho, subiram até os altos postos e concorrem diretamente com os homens.

Entretanto, a sexualidade feminina e o uso que a mulher faz do seu corpo não teve a liberdade tão reivindicada. Mesmo sabendo que mudanças sociais e morais aconteceram frente às mudanças sociais e econômicas das mulheres, estas não obtiveram o patamar de igualdade ovacionado, principalmente nas questões relativas ao uso da sexualidade, e produziu um outro viés de condutas femininas, ligadas a uma moral feminista, falo de correntes anti-sexo, que estigmatiza a sexualidade feminina tanto quanto o machismo, levando em consideração o modo como vêem o uso do corpo e a exposição da sexualidade. O discurso feminista não acabou por criar outras formas de repressão sexual?

O discurso feminista, em muitos momentos, pode acabar aprisionando a sexualidade tanto quanto o machismo, porque também impõe rígidas regras de conduta para a mulher. Não dançar músicas que tragam nas suas letras forte conotação sexual, que tratem da sexualidade de forma aberta, que fale de sexo com ou sem metáforas. A sexualidade feminina não deve ser exposta em lugares públicos através do rebolado dos quadris. Neste discurso, o comportamento feminino ligado à exploração da beleza ou que remeta a uma “sexualidade” do corpo ou a exibição do mesmo não deve ser valorizado. Todas essas formas de expressão da sexualidade seriam interditadas, pois seria resultado de uma “objetificação” da mulher. A mulher que se sujeitasse a tal comportamento é então muito comumente classificada como “alienada”, “vitimizada”, ou “machista”.